O apóstolo Paulo quando escreve a primeira carta à igreja de Corinto tem como propósito corrigir várias deficiências daquela comunidade cristã.

E uma delas é atinente a carnes sacrificadas a ídolos. Diante deste conflito de opiniões aprendemos com o apóstolo a “frear” nossa liberdade cristã em razão da fraqueza (consciência) do nosso irmão para evitar escândalos (Atos 8,9,10).

Há uma passagem na bíblia que diz que alguns irmãos crê que de tudo se pode comer, e outro que é fraco come legumes(Rm 14:12)

Porém, nos dias de hoje emitir uma opinião sobre uma prática rotineira presente em muitas denominações evangélicas, as questões acima devem ser levadas em considerações, pois é uma tarefa muito difícil. Recordo-me dos comentários negativos que recebi quando mencionei a incoerência de algumas igrejas durante o período da páscoa. Por um lado, temos os pastores que se dedicam ao estudo da Palavra para transmitirem o verdadeiro significado da páscoa, do outro lado temos os cultos infantis ensinando as crianças desenhar e pintar coelhos e ovos de páscoa. Você percebe a incoerência? Não devemos ensinar as crianças pela forma correta? Por acaso não existe um adágio que diz que o “preguiçoso” trabalha duas vezes?

Pois bem, voltando ao assunto da oração realizada no monte (por favor, não se escandalize) JESUS CRISTO nosso maior exemplo achado em figura humana diz que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8:20) é durante seu ministério era comum Jesus procurar um local para orar ao Pai secretamente. Jesus orou no deserto e orou no monte das oliveiras é tudo que Jesus fez havia um propósito. A escolha destes lugares havia um propósito pedagógico que em outra ocasião irei comentar.

Porém, no seu magno diálogo com a mulher samaritana aprendemos que não existe um local sagrado que dar validade à oração, que a torna mais eficaz. Concordo com Hernades Dias Lopes que diz que a oração não é centrada em lugares sagrados. A bíblia ensina que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espirito e em verdade (4:23).

Essa prática acaba contribuindo para a introdução de novos rituais, símbolos e atos “proféticos” oriundos da lei que eram apenas sombras dos bens futuros e não a imagem exata das coisas (Hb 10:1).

Hoje, vemos igrejas com água ungida de Israel, listagem de pecados para queimar em fogueira, cajado de Moisés, sal ungido, óleo de Israel, areia do monte Sinai, arca da aliança, músicas de Israel, kipá, candelabro etc...

Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. (Hb 10:9)

Segundo William Barclay, o templo era formado por uma série de pátios: pátio dos gentios, pátio das mulheres, pátio dos Israelitas é o pátio dos sacerdotes, porém, foi purificado e substituído por Jesus, o verdadeiro santuário de Deus entre os homens (João 2: 18-22). Jesus nós deu uma grande lição ensinando que a verdadeira adoração não tem a ver com a geografia do templo. A nova adoração dependerá da integridade interior, e não da geografia exterior (Jo 4. 19-24).

Dessa forma, quero dizer que não sou contra quem faz tal prática, até por que acredito que o tamanho da nossa oração diz o tamanho da nossa fé. Devemos orar sem cessar (1Ts 5:17). O nosso Deus é Vivo, Deus de perto é não de longe, o Deus que ouve o clamor do seu povo. O monte não fará a sua oração ser mais poderosa. O monte não é um local sagrado. O monte não faz você ser um adorador de excelência. O monte pode ser seu quarto, sua igreja, seu local de comunhão com Deus. O monte aponta para uma aproximação com Deus, o monte representa a escada que você tem que subir todos os dias para estar mais perto de Deus.

William Estevão

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